Elypaschoalick comenta sobre a repercussão que teve seu artigo “As universidades também têm nota zero”.
Recebi vários comentários sobre a matéria editada na coluna UIPI- nota dez/zero. A maioria testemunhando descalabros educacionais vividos nos muros das universidades.
Vou transcrever e comentar um que recebi de uma pessoa, que hoje adulta, é uma destacada escritora:
“A história relatada no artigo “As universidades também têm nota zero” me remeteu a dois episódios muito interessantes na minha vida.
O primeiro, eu era aluna do 2º colegial em uma escola particular aqui em Uberlândia e estava em semana de provas.
Assim que terminei as avaliações daquela manhã, acompanhada por um grupo de colegas, me dirigi ao pátio da escola e ao encontrar o professor de redação, o qual havia aplicado sua prova no dia anterior, perguntamos se ele já tinha um panorama das notas.
Então, ele se dirigiu a mim, com desdém e ironia, e perguntou: "Por que você quer saber? Você não saber escrever, suas redações são uma bosta!" (infelizmente, o linguajar usado foi exatamente esse!!!). Isso, na frente de vários colegas meus.
Assim que terminei as avaliações daquela manhã, acompanhada por um grupo de colegas, me dirigi ao pátio da escola e ao encontrar o professor de redação, o qual havia aplicado sua prova no dia anterior, perguntamos se ele já tinha um panorama das notas.
Então, ele se dirigiu a mim, com desdém e ironia, e perguntou: "Por que você quer saber? Você não saber escrever, suas redações são uma bosta!" (infelizmente, o linguajar usado foi exatamente esse!!!). Isso, na frente de vários colegas meus.
O segundo, foi em 1993, logo que passei no vestibular para Educação Física (o qual fui classificada em 6º lugar), na Universidade Federal de Uberlândia. Havia acabado de concluir o ensino médio e passara de primeira no vestibular.
Estava cheia de sonhos e expectativas, quando deparei-me com um poço de arrogância que se apresentava como nosso professor de Metodologia Científica.
Ele resumia o processo de avaliação da disciplina em dois caminhos: ou o aluno apresentava um projeto de pesquisa ou faria uma avaliação sobre todo o conteúdo teórico, no valor de 100 pontos.
Durante o semestre, ele solicitava que levássemos a aula as partes já escritas do projeto para leitura ao grupo e eventuais correções.
O tema era livre e, segundo ele, o que importava era a parte metodológica. Pois bem, por duas vezes durante esse processo de leitura dos trabalhos, ele se dirigiu a mim da seguinte forma:
"Seu trabalho está uma porcaria! Você não sabe escrever! Como é que você conseguiu passar no Vestibular, hein?".
Antes que houvesse uma terceira "humilhação pública", decidi procurá-lo em sua sala, no horário de atendimento ao aluno, para saber porque o meu trabalho era tão ruim e para minha surpresa a resposta foi a seguinte:
"Eu não tenho nenhum conhecimento sobre o assunto que você está tratando, por isso não sei se é ruim ou não. Simplesmente acho que seu trabalho é uma porcaria e você deveria abandonar a idéia de entregá-lo e fazer a minha prova valendo 100 pontos".
Então, eu respondi que não e fui em busca de outros professores que pudessem me orientar na estruturação do trabalho e na data marcada o entreguei.
Ele recebeu o trabalho em um dia e no seguinte viajou; então, não teríamos como pedir vista de notas e etc. Como resultado, ele me deu a nota mais baixa da turma.
Estava cheia de sonhos e expectativas, quando deparei-me com um poço de arrogância que se apresentava como nosso professor de Metodologia Científica.
Ele resumia o processo de avaliação da disciplina em dois caminhos: ou o aluno apresentava um projeto de pesquisa ou faria uma avaliação sobre todo o conteúdo teórico, no valor de 100 pontos.
Durante o semestre, ele solicitava que levássemos a aula as partes já escritas do projeto para leitura ao grupo e eventuais correções.
O tema era livre e, segundo ele, o que importava era a parte metodológica. Pois bem, por duas vezes durante esse processo de leitura dos trabalhos, ele se dirigiu a mim da seguinte forma:
"Seu trabalho está uma porcaria! Você não sabe escrever! Como é que você conseguiu passar no Vestibular, hein?".
Antes que houvesse uma terceira "humilhação pública", decidi procurá-lo em sua sala, no horário de atendimento ao aluno, para saber porque o meu trabalho era tão ruim e para minha surpresa a resposta foi a seguinte:
"Eu não tenho nenhum conhecimento sobre o assunto que você está tratando, por isso não sei se é ruim ou não. Simplesmente acho que seu trabalho é uma porcaria e você deveria abandonar a idéia de entregá-lo e fazer a minha prova valendo 100 pontos".
Então, eu respondi que não e fui em busca de outros professores que pudessem me orientar na estruturação do trabalho e na data marcada o entreguei.
Ele recebeu o trabalho em um dia e no seguinte viajou; então, não teríamos como pedir vista de notas e etc. Como resultado, ele me deu a nota mais baixa da turma.
Em ambos os casos, talvez uma outra pessoa tivesse sim absorvido negativamente esses insultos e criado um bloqueio imenso para escrever; mas, no meu caso não.
Tive excelentes professoras de português e redação, como a Prof.ª Ângela (Colégio Nossa Senhora), a Prof.ª Olga Helena (Anglo), a Prof.ª Carmem (Anglo), a Prof.ª Carmem (Nacional), a Prof.ª Ileide (Nacional), a Prof.ª Ione (Objetivo), a Prof.ª Lila (UFU) que não só corrigiram minhas falhas, como aprimoraram o meu gosto pela escrita e me incentivaram a colocar no papel as minhas idéias.
A todas essas professoras NOTA 1000, eu manifesto meu mais profundo respeito, carinho, admiração e saudades.
Tive excelentes professoras de português e redação, como a Prof.ª Ângela (Colégio Nossa Senhora), a Prof.ª Olga Helena (Anglo), a Prof.ª Carmem (Anglo), a Prof.ª Carmem (Nacional), a Prof.ª Ileide (Nacional), a Prof.ª Ione (Objetivo), a Prof.ª Lila (UFU) que não só corrigiram minhas falhas, como aprimoraram o meu gosto pela escrita e me incentivaram a colocar no papel as minhas idéias.
A todas essas professoras NOTA 1000, eu manifesto meu mais profundo respeito, carinho, admiração e saudades.
Hoje, como escritora, certamente não terei meus textos aceitos com unanimidade, pois cada um tem sua própria opinião, às vezes concordando, às vezes discordando; mas, sou muito feliz por escrever e ver que muitos simpatizam com minhas idéias e se manifestam positiva e carinhosamente à respeito”.
Foi muito bom ter recebido este testemunho pois ele demonstra que professores realmente são formadores de nossa auto-estima.
Quando temos menos de 12 anos os comentários que ouvimos de nossos professores atuam de uma maneira mais forte e decisiva sobre nossa auto-estima.
Em qualquer outra idade de nossa vida os comentários feitos por pais, professores, maridos e outras pessoas afetivamente ligadas a nós reforçam o que pensamos sobre nós mesmos.
Este fenômeno acontece porque ao nos colocarmos como alunos frente ao mestre, aflora em nosso psique a criança que está dentro de nós.
Quando minha leitora escreve que apesar dos maus estímulos recebidos não deixou de escrever, com certeza, ela recebeu bons estímulos por ocasião de suas primeiras tentativas de expressar suas idéias e estes estímulos construíram uma base positiva e sólida para que ela, ao receber estímulos negativos, fosse capaz de superá-los e se sentir mais desafiada a ser melhor.
NOTA ZERO a professor que usa palavras de baixo calão (fala nome feio a alunos).
NOTA ZERO a professor que oferece julgamento subjetivo aos trabalhos e produções dos alunos.
NOTA ZERO a professor que confunde “ser com fazer” e nesta confusão avalia seu aluno dizendo-lhe que ele é ruim quando deveria dizer que o trabalho do aluno está necessitando este ou aquele ajuste, esta ou aquela mudança.
NOTA DEZ aos professores da cidade de Uberlândia – MG- citados por esta leitora: Prof.ª Ângela (Colégio Nossa Senhora), a Prof.ª Olga Helena (Anglo), a Prof.ª Carmem (Anglo), a Prof.ª Carmem (Nacional), a Prof.ª Ileide (Nacional), a Prof.ª Ione (Objetivo), a Prof.ª Lila (UFU)
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