Elypaschoalick escreve sobre cuidados emocionais em fase de alfabetização e dá nota zero para professora que não está tendo este cuidado.
Mais uma de “professor nota zero” bateu em minha porta.
Desta vez é uma professora de uma escola particular da cidade de Uberlândia.
É uma escola pequena, daquelas que os pais pensam assim: “É particular, é pequena, vão dar mais atenção ao meu filho, ele não será apenas mais um número...”
Ledo engano, a atenção ao aluno é uma questão de postura e crença dos professores e não uma questão de número de alunos.
Lembro-me de “professores nota dez” como Elizabeth Martins – Capinópolis – Domingão –Uberlândia e Uberaba – Jacaré – Mirtes do Anglo Polyana – Uberlândia – e tantos outros que não só sabiam os nomes dos seus mais de MIL alunos como de seus ex-alunos e de seus pais...avós... e, com certeza, passado anos e anos, encontram com os ex-alunos nas ruas e lembram de detalhes do que acontecia entre eles como também são constantemente testemunhados com agradecimentos e carinho de seus ex-alunos.
Bem, mas aqui quero falar desta “nota zero”. Imaginem que a mãe chegou a meu consultório com a queixa de que não sabe o que fazer pois a professora lhe comunicou que sua filha não consegue aprender a ler e que era para ela mãe “pegar no pé” da menina de seis anos para ver se ela aprendia a ler.
Oras professora... pegar no pé é coisa de assombração! Mãe precisa de orientação sobre o que fazer, como fazer, quando fazer...
Até compreendo que é bem difícil para você “nota zero” orientar isto uma vez que não conseguiu na sala de aula alfabetizá-la.
Fui verificar a “condenada à bomba”!
Através de sua aluna, uma menina de cabelos cacheados, olhos arregalados, inteligente, conversadeira, viva, participativa... soube que você está substituindo, em final de ano, uma professora muito querida que se afastou da escola.
Fiquei com dó de seus alunos e principalmente daqueles que têm reais dificuldades de aprendizagem e são alunos desta professora “nota zero”.
O principal alvo de meus sentimentos de dó foi saber, através da “condenada à bomba”, que na sala há um aluno portador de necessidades especiais e que o mesmo, por apresentar comportamentos inadequados está sendo condenado, pelos outros alunos como o responsável, pela retirada da querida professora que não deixou bem claro aos alunos o motivo de sua despedida da sala de aula... Bem, mas isto é outro problema que trataremos em outra ocasião...
TUDO O QUE VOCÊ, professora “nota zero” TEM A FAZER É FICAR SENSÍVEL AO EMOCIONAL DE SEUS ALUNOS E DEIXÁ-LOS MAIS SEGUROS.
Porém, quando você chama uma mãe e coloca em dúvida a aprovação da aluna você a está ameaçando e frente à ameaça o cérebro humano reage com medo e o medo retira o sangue da cabeça e o concentra nos pés e sem sangue irrigando adequadamente os neurônios a pessoa não consegue raciocinar e dá o chamado “branco”.
Se você “nota zero” não sabe oferecer orientações adequadas à mãe, não sabe oferecer exercícios adequados para ensinar a aluna, saiba pelo menos como falar com a mãe:
Você quis bancar a “cigana que lê o futuro”!
Você calculou o futuro amaldiçoando sua aluna.
Troque esta atitude por outra que demonstre crença na capacidade de vencer. Que tal dizer à mãe:
“Faltam dois meses para acabar o ano, dê mais atenção a sua filha, tenha mais paciência em acompanhar as lições de casa, elogie quando ela está tentando ler mesmo que seja engasgado! Que com certeza nestes dois meses ela vai melhorar e progredir”.
Cuide das emoções de seus alunos e pare de mandar as mães virarem assombração e pegar no pé de seus alunos.
Dicas dos 4 P’s da Educação: Não force a leitura em voz alta antes da aluna estar segura emotivamente para ler em voz alta sem engasgar, soletrar ou gaguejar. Pesquise e leia atentamente sobre emoção e alfabetização.
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